O
cidadão da Grécia antiga era caracterizado como um homem,
aristocrata, proprietário de cavalos, mulher, crianças e servos. O
indivíduo que reunia essas características tinha o poder para fazer
uso da palavra em praça pública, exercendo assim sua cidadania. Com
o passar do tempo, esse pensamento ou essa lógica sobre o indivíduo
consolida o discurso ocidental, ou seja, machista, patriarcal,
aristocrata e branco. Este tornou-se o modelo de indivíduo ideal,
aquele que pode exercer sua cidadania em nossa época. Para produzir
indivíduos “ideais” as forças sociais e econômicas da época
produzem discursos como uma forma de controlar e moldar o indivíduo
e este tenta se adequar a esse modelo produzido para não ser
excluído da sociedade.
De acordo com Horkheimer (2003), o sujeito da razão individual tende a tornar-se um ego encolhido, cativo do presente evanescente, esquecendo o uso das funções intelectuais pelas quais outrora era capaz de transcender a sua real posição da realidade. Essas funções são hoje assumidas pelas grandes forças sociais e econômicas da época. O futuro do indivíduo depende cada vez menos da sua própria prudência e cada vez mais das disputas nacionais e internacionais entre colossos do poder. A individualidade perdeu sua base econômica.
HORKHEIMER;
ASCENSÃO E DECLÍNIO DO INDIVÍDUO; M. Eclipse da razão. 5º
ed. São Paulo: Centauro, 2003. p.145.
Nenhum comentário:
Postar um comentário